Sem título...
A propósito deste post's lembrei-me de mais uma das muitas conversas do Gil, feita ontem na hora de dormir:
- Mãe?
- Sim filho...
- A avó Etévina morreu?
- Sim, filho.
- O avô véinho (velhinho), também?
- Sim, filho.
- Foram para o xéu?
- Foram.
- Tadinhos deles!
De vez em quando lembra-se deles e, nem sei bem porquê, mas deixa-me sempre com um sorriso nos lábios, pois secretamente fico contente por ele não os esquecer! Lembra-se deles, fala neles, reconhece-os nas fotografias, mas ainda não tem a noção do que é a morte, embora cada vez mais seja obrigado a lidar com esse conceito.
Na casa da minha mãe, pega no mata-moscas e diz "Vou matar as moucas", ou as formigas, conforme lhe apetece. Às vezes lembra-se que na ama, houve dois cães, que também morreram há pouco tempo. Perto da avó paterna há muitos pombos e às vezes lá vê um que sucumbiu... Mas como explicar a uma criança com menos de 3 anos que a morte é um estado sem retorno vivencial ou existencial fisicamente?
Se até a nós nos custa, lidar com isso, será tanto mais dificil fazer uma criança compreender o verdadeiro significado desse repentino desaparecimento... e cá ficamos nós a remoer e a remexer nas memórias passadas, esperando que haja sempre uma réstia de lucidez que nunca apague os bons momentos da nossa vivência.
5 comentários:
Olá!
Tens toda a razão, até para nós é difícil lidar com esse conceito...
Bjs
Olá Lisa,
Eu acho complicado e cedo para eles perceberem um assunto destes...
O Afonso também faz perguntas, mas não tanto relacionadas com a morte, talvez porque as coisas lhe estejam a passar ao lado... mas pergunta porque é que a Vóvózinha está doente, e pergunta se ela vai para o hospital, e pergunta porque é que ela está doente, se vai levar injecções...
São perguntas de coisas que a cabecinha dele pensa muito apesar de ele ser ainda muito pequenino...
Beijo!
Sandra
Com o Gonçalo também já aconteceram conversas do género. Por causa do bisavô (meu avô) e do cão dos meus pais (ambos falecidos recentemente).
Por um lado eu até acho que é melhor deixá-los ir compreendendo e não ocultar nada. Vão percebendo de forma natural... acho melhor do que mais tarde ficarem chocados.
É a vida... também tem coisas muito tristes, infelizmente.
Beijinhos grandes
Olá Lisa
Para o Pedro a morte tem a ver com "matar melgas", bicho que anda por esta casa em abundância. A morte desta "bisavó" emprestada foi algo que lhe tentei ocultar, ainda que ele tenha sentido a mudança das nossas rotinas e tenha pedido muito mais a minha presença. Ocultei porque era possível. Se outra pessoa fosse, mais próxima, tal seria impossível. Infelizmente mais tarde ou mais cedo todos eles terão de lidar com esse facto.
Beijos
:(
eu sei o quanto custa:(
tive de explicar à Rafinha a morte da própria mãe eo do avô:(
Beijinhos carinhosos de regresso
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