Na segunda feira tive mais uma aulita de PPP e o tema foi a banhoca do bebé, a enfermeira ensinou-nos como fazer o banhito a seco antes da queda do coto umbilical e depois o banho normal, depois da queda do umbigo.
E calhou-me a mim exemplificar como era o banho a seco, acho que me desenrasquei muito bem, mas há lá uma mamã que diz que enquanto a criancinha tiver o cordão umbilical não lhe dá banho, que aquilo lhe mete muita impressão e vai recorrer à avó para tratar da menina nessa altura... bem, foi só rir! LOL
Quando regressei das aulas passei pela casa da minha mãe e lá apanhei mais um susto... de repente tenho novamente um corrimento abundante e fiquei com as cuecas e as calças todas molhadinhas, até passou para a cadeira. Pensei "ok... calma... será que foi desta que a bolsa rebentou???" E fui à casinha, mas o corrimento parou e eu achei que indo à maternidade no dia seguinte então não haveria razões para alarme, pois iria expôr o que se tinha passado.
Mas a noite de 2ª para 3ª feira foi mesmo mal passada, as contracções lembraram-se de aparecer em força, deixando-me doida sem saber muito bem o que fazer... não sabia se havia de ir para a maternidade, se ficar em casa sossegadinha à espera que elas passassem...
E optei por aguardar que elas passassem. Não era ritmadas mas durante umas duas horas fizeram-se sentir bem, a dor era prefeitamente suportável, a angústia de ser mãe de primeira viagem e de não saber se aquilo era normal e se iria passar ou não, é que me deixou exausta e para agravar a situação de repente senti a camisola toda molhada, devido ao colostro...
O L. até se fartou de gozar comigo: "Olha, mas isso agora é por baixo e por cima?" LOL
O que vale é que ainda nos rimos. Coloquei um disco de protecção no peito e ao final de cerca de meia hora adormeci. Acordei pelas 5h e pouco e fui à casinha, quando me limpei vinha um corrimento mais espesso e quase gelatinoso, mas não lhe dei muita importância. Continuava com algumas moinhas e fui para a sala, tomei depois o pequeno almoço às 9h com o L. e fui dormitar mais um cadinho.
Levantei-me às 11h, tomei um duche e fui ter com os meus pais que me acompanharam à maternidade. Não comi nada porque o meu estomâgo estava ressentido nem percebi bem porquê... seria nervos???
Na maternidade fui em primeiro lugar fazer o CTG. Como sempre o Gil fartou-se de dar pontapés naquilo... já acusou algumas contracções (como haveria de não acusar?) mas está tudo bem.
Depois fui falar com uma enfermeira que fez as perguntas da praxe: idade, se era fumadora, se ingeria bebidas alcóolicas, habilitações (nunca percebi esta pergunta, o rapaz vai ser mais ou menos inteligente consoante as habilitações dos pais???), se tinha havido alguns problemas na gravidez, se tinha levado muito ou pouco tempo a engravidar, etc, etc.
Contei-lhe as desventuras do dia anterior e ela disse-me que o tal corrimento era o rolhão mucoso, sendo eu uma ignorante nesta área e estando à espera que fosse algo com uns pequenos raios de sangue ou acastanhado fiquei muito surpreendida por ela me ter dito que, não tendo havido problema algum na gravidez, podia muito bem ser um corrimento limpinho e clarinho, mas com semelhança mais gelatinosa e espesa.
Resumindo o rolhão mucoso já se foi (pelo menos parte!).
Depois aguardei na sala de espera pela consulta da médica umas duas horas... desesperante, não acham?
O que vale é que nos fartámos de rir com as empregadas do guichet, notava-se que ali havia bom ambiente de trabalho e gozavam com tudo! Apareceu lá um homenzinho, que era indiano e falava mal português, queria saber se podia ir à consulta que a mulher estava com muitas dores, muitas dores e estava na urgência, não imaginam a barracada que as empregadas deram... já diziam que quem ia à consulta era o marido em vez da mulher, foi só rir!
Depois ele lá apareceu com a mulher (que não parecia estar assim tão mal) quando a empregada lhe perguntou de quantas semanas ela estava, ele respondeu que estava de 9 meses, foi a risada total na sala! Mas deve ser muito complicado, estar num país numa situaçao destas e não saber falar a língua, porque ela não falava rigorosamente nada de português...
Depois fartaram-se de gozar com uma médica que tinha um ar de antipática que só visto! Fiquei a rezar a todos os santinhos para que não fosse ela que me atendesse, pois sabia que mais uma vez me iam fazer o toque e já termia só de pensar nisso!
Bem lá me chamaram e lá fui eu. Apanhei uma médica espectacular! Não sei o nome dela, apenas percebi que tinha a particularidade de andar numa cadeira de rodas, mas eu sinceramente nem reparei nisso, a minha mãe é que reparou, eu estava preocupada com outras coisas que isso passou-me completamente ao lado!
Na sala estava também uma estagiária, analisaram a folhinha cedida pelo meu médico com todas as indicações, fizeram-me algumas questões e passámos ao toque...
Não sei relaxar nessa altura, mas confesso que desta vez não me doeu tanto, talvez porque o cólo do útero já está aberto e bastante mais maduro!
Isto significa que a porta está aberta e ele só tem de a empurrar!
Disse-me também que ele está muito bem posicionado e está descido, que era um bebé com um tamanho óptimo para a minha altura e peso e que tinha todas as condições reunidas para que tudo corresse bem... não imaginam o alívio que isto me traz... sinto-me cada vez mais mentalizada que vai ser um parto menos mau.
Falei-lhe das contracções (que ontem curiosamente não me incomodaram nada) que incidiam mais à noite, ela disse que isso era prefeitamente normal, mas que só me deveria dirigir à maternidade se de facto elas não passassem e que no dia anterior tinha tomado a opção certa, aguardar que elas acalmassem, mas que haverá um dia em que isso não irá acontecer e aí sim, é altura de ir para a maternidade. E claro, mais uma vez recordámos os sinais evidentes para ir para a maternidade, além das contracções.
Disse que o meu médico devia ser muito eficiente, pois já me tinha mandado fazer tudo o que era necessário (incluindo uma citologia antes de engravidar!) e que ela não tinha mesmo mais nada para me mandar fazer ou indicar. Marcou-me nova consulta para dia 19, dia em que era para ir também ao médico, mas a verdade é que no meu médico tenho de pagar a consulta e o CTG e ali não pago nada e como é ali que tenho de me dirigir quando o Gil quiser vir-nos conhecer, é óbvio que vou ali.
Perguntei à médica se ela achava que eu ainda iria a essa segunda consulta e a resposta foi esta: “Olhe às vezes quase que aposto que não vêm à segunda consulta, no seu caso não lhe sei dizer, está tudo muito, muito bem encaminhado, mas ele pode não querer vir antes da próxima consulta, tudo depende dele…”
A ansiedade de não saber quando ele nasce deixa-me insana... mas lá me vou mentalizando que ele deve ser preguiçoso e gosta muito do quentinho da barriga da mamã, ainda mais com este frio e que só deve querer sair quando a lua mudar... lá para dia 20... já pedi ao pai Natal para antecipar a tua chegada e ouvi dizer que ele já iniciou a distribuição de presentes, será que já vens a caminho, numa rena?
P.S. Desculpem o testamento, mas a minha veia filosófica impele-me sempre para estas descrições! :P